“O que é renda fixa e renda variável?” é uma pergunta para a qual todo investidor deve ter a resposta na ponta da língua. E, naturalmente, se você chegou no mundo dos investimentos há pouco tempo, deve entender esses conceitos.
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Esses conceitos são basilares no mundo dos investimentos e, mais que isso: essenciais para que você invista com inteligência e segurança. Vamos por partes então? Primeiramente, vamos falar de renda fixa.
O que é renda fixa?
Renda fixa é a categoria de investimentos que têm regras de rendimento definidas antes. Desse modo, o investidor pode prever o que ocorrerá com o seu dinheiro. A aplicação acompanha informações como prazo, taxa de rendimento e outras regras desde o princípio.
Aqui, a palavra de ordem é previsibilidade. E, em muitos casos, segurança. Inúmeras aplicações da renda fixa possuem garantidores que impedem que você perca o dinheiro investido. Um exemplo disso é o Fundo Garantidor de Crédito, ou FGC, que incide sobre os CDBs, LCs, LCIs, LCAs e outros.
Quais são os tipos de renda fixa?
1. Poupança
A poupança é, sem dúvidas, a aplicação mais popular do país. Essa é uma opção emitida por instituições bancárias com rendimento mensal e vinculada à Selic, taxa básica de referência da economia brasileira. Apesar da sua popularidade, muitos educadores financeiros não consideram a poupança como investimento em razão da sua baixíssima rentabilidade.
2. Tesouro Direto (títulos do governo)
Nesse caso, o emissor é o governo federal. Com valores iniciais de investimento muito acessíveis, esse tipo de renda fixa conta com títulos prefixados (como o Tesouro Prefixado) e títulos pós-fixados (como Tesouro Selic e Tesouro IPCA+).
3. CDBs e RDBs
Os CDB, Certificados de Depósito Bancário, e os RDBs, Recibos de Depósito Financeiro, são emitidos por bancos comerciais, bancos de investimentos, sociedades de crédito, sociedades de financiamento e cooperativas de crédito.
Em ambos os casos, o cliente está “emprestando” dinheiro para a instituição. No primeiro, há liquidez diária e, no segundo, não há liquidez nenhuma — o dinheiro pode ser resgatado somente no vencimento da aplicação.
5. Debêntures e Notas Promissórias
Quando o investidor compra uma debênture ou uma nota promissória, é como se ele “emprestasse” o dinheiro para uma empresa durante um período. Consequentemente, ele aceita receber o valor inicial acrescido de juros pré-determinados.
6. LCIs e LCAs
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos que reúnem recursos com foco no desenvolvimento do setor imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Assim como a opção anterior, funciona na mesma lógica de empréstimo.
7. Fundos de investimento
Fundos de investimentos são aplicações coletivas nas quais os investidores adquirem pequenas partes do fundo chamadas “cotas”. Nesse caso, existem profissionais que são responsáveis por construir e manter um portfólio diversificado de aplicações em cada fundo.
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Como funciona a renda fixa e quanto rende?
Quando falamos em renda fixa, a ideia de emprestar dinheiro sempre estará presente. Nessa categoria, é como se o cliente cedesse um dinheiro ao emissor da aplicação e, em troca disso, recebesse aquele dinheiro com juros. Emissores podem ser empresas privadas ou o próprio governo, como você já viu nesse artigo.
O rendimento desses títulos pode seguir uma dessas modalidades:
- Pré-fixado: nesse caso, o dinheiro vai render uma taxa fixa determinada na hora da aplicação;
- Pós-fixado: aqui, o dinheiro renderá conforme a variação de algum indicador, como a inflação ou o CDI.
Como investir em renda fixa?
Títulos de renda fixa geralmente estão disponíveis em aplicativos de bancos, corretoras ou plataformas de investimentos. E, como mencionado acima, também é possível investir no Tesouro Direto, que possui uma plataforma própria — embora seus títulos também estejam nos apps citados.
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Quais são os riscos de investir em renda fixa?
Muitos acreditam, erroneamente, que a renda fixa não possui nenhum risco. Ainda que ofereça mais segurança do que a renda variável, é possível perder dinheiro. Abaixo listamos os riscos possíveis:
- Risco de inflação: é possível que o rendimento da aplicação seja inferior a inflação do período e, assim, o poder de compra do valor aplicado diminui;
- Risco de crédito: o emissor pode não devolver o valor investido e os juros na data combinada. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando o governo muda as regras de pagamento dos títulos emitidos (da dívida pública);
- Risco da taxa de juros: no caso dos investimentos prefixados, os juros podem aumentar depois da aplicação. Nesse caso, o dinheiro investido antes continua sujeito aos juros mais baixos e o investidor “perde de ganhar dinheiro”.
O que é renda variável?
A renda variável é composta por investimentos cujo retorno é imprevisível no momento do investimento. O valor e, consequentemente, a remuneração, varia conforme as condições do mercado – que, diga-se de passagem, podem mudar a qualquer momento.
Quais são os tipos de renda variável?
1. Ações
As ações são a menor parcela do capital de uma empresa negociadas na bolsa de valores. A lógica é simples: o investidor que adquire uma ação, se torna sócio da companhia emissora e, portanto, obtém parte dos lucros que ela apresenta. É o tipo de renda variável mais conhecido.
Há duas maneiras de ganhar dinheiro com ações. Através dos dividendos, que são parte do lucro distribuído aos acionistas. Ou pela venda de ações que valorizaram desde sua aquisição.
2. Fundos imobiliários (FIIs)
Os fundos imobiliários são voltados para investidores que desejam, em conjunto, injetar dinheiro no mercado imobiliário. Em geral, esse dinheiro é direcionado para a construção e aquisição de imóveis. Os ganhos dessas operações, então, são divididos entre os participantes do fundo de modo proporcional.
3. ETFs
ETF é a sigla em inglês para Exchange Traded Founds, ou “fundos de índices” em português. Tratam-se de fundos que replicam a composição financeira de índices como Ibovespa ou IBrX e, como as ações, têm suas cotas negociadas na bolsa de valores.
4. Opções
As opções representam o direito de comprar ou vender uma ação ou ativo em uma data futura ou por um preço predeterminado. É, na verdade, como se fosse um contrato. Há quem adquira opções para proteger a sua carteira de investimentos ou as negocie no mercado.
5. Câmbio
Quando falamos em câmbio, estamos falando em aplicações baseadas em moedas. Esse tipo de renda variável é uma solução para diversificar a carteira, mas não apenas isso. Ele é comumente utilizado para proteger o patrimônio das oscilações da economia brasileira.
6. Futuros
Futuros são acordos de compra e venda de ativos, a um valor fixo, em uma data futura. Esses contratos são negociados no pregão da B3. É possível encontrar futuros de milho, café, soja, Ibovespa e outros ativos.
7. Fundos de investimento
Quando explicamos os tipos de renda fixa, mencionamos os fundos de investimentos e como eles funcionam. Essa aplicação pode ser composta por títulos de renda fixa ou, como você já deve imaginar, de renda variável. Além desses, há também os fundos multimercados, que reúnem segmentos variados (renda fixa, variável e moedas).
8. Criptomoedas
Por fim, temos as criptomoedas, que são relativamente novas no mercado. De modo simples, elas consistem em códigos que podem ser convertidos em valores. Utilizamos essa definição já que as moedas virtuais não são produzidas ou controladas pelos bancos centrais, embora possam ter lastro. É nessa categoria que se encontra o famoso Bitcoin.
Qualquer um pode investir em renda variável?
Na prática, qualquer um pode investir. Podemos dizer, contudo, que nem todos deveriam. Mencionamos acima que a renda fixa é recomendada para investidores com perfil mais conservador. Esse grupo é composto por pessoas que almejam o lucro sem grandes riscos.
E, em termos de renda variável, eles podem ser significativos. Se na poupança, por exemplo, é possível perder dinheiro para a inflação; aqui o investidor pode perder grande parte ou tudo que investiu. Em contrapartida, ele também pode ter ganhos meteóricos. Além desse fator, as aplicações tendem a ser mais complexas e, por isso, exigem um nível maior de conhecimento.
É seguro investir em renda variável?
Àqueles que sentem afinidade por essa opção, apesar dos riscos, interessa saber que a renda variável é devidamente regulamentada. Além da regulação realizada pela B3 (bolsa de valores brasileira), há também a incidência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia do governo federal.
Os investidores também contam com a proteção do Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízos (MRP). Esse mecanismo, vinculado à B3, garante o ressarcimento de até R$ 120 mil por prejuízos causados por corretoras, distribuidoras e agentes autônomos. Portanto, do ponto de vista institucional, é seguro investir em renda variável.
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