Afinal, PJ ou CLT? Quando bate aquela dúvida entre escolher um vínculo empregatício formal (CLT) ou optar por ser Pessoa Jurídica (PJ), vale ressaltar uma questão legal importante: usar a figura de PJ para posições que deveriam ser de empregados é, na verdade, uma infração às leis trabalhistas.
Apesar de muitos setores adotarem essa modalidade, conhecida como “pejotização”, ela não se tornou legal com as mudanças na legislação trabalhista.
Então, antes de mergulhar nas contas para ver qual opção traz mais vantagens financeiras, é fundamental ter clareza sobre as características e os direitos envolvidos em cada forma de contratação.
Leia também: Como diminuir conta de luz? Confira 5 dicas práticas!
PJ ou CLT: Quais são as principais características?
Entender as diferenças entre ser contratado como CLT ou PJ é fundamental no mercado de trabalho brasileiro, onde ambos são modelos de contratação frequentemente considerados.
Como funciona PJ?
A opção de trabalhar como Pessoa Jurídica (PJ), frequentemente apelidada de “empregado pejotizado”, envolve abrir uma empresa individual para prestar serviços. Essa modalidade se assemelha bastante ao regime CLT, com a diferença principal de que o serviço é prestado por uma empresa, não por uma pessoa física.
Nessa configuração, a empresa contratante se beneficia ao economizar em despesas trabalhistas, enquanto o profissional atua sob condições semelhantes à de um empregado, mas sem os benefícios legais:
- O serviço é geralmente realizado pela mesma pessoa, não havendo substituição por outra;
- Obediência a horários e regras da empresa contratante, configurando uma relação de subordinação;
- Pagamento mensal pelo serviço, similar a um salário;
- Prestação de serviço regular e frequente.
Leia também: O que é CDB? Veja como investir!
Como funciona o modelo CLT?
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), instituída pelo decreto-lei nº 5.452 de 1943 e atualizada por reformas como a de 2017, rege as relações de trabalho no Brasil para a maioria dos trabalhadores urbanos (não aplicando-se a rurais, servidores públicos, autônomos, estagiários, entre outros). Sob este regime, os trabalhadores, conhecidos como celetistas, têm garantias como:
- Descanso semanal remunerado;
- Férias anuais remuneradas com adicional;
- Décimo terceiro salário;
- FGTS;
- Benefícios previdenciários (aposentadoria, auxílio-doença);
- Seguro-desemprego e indenização por demissão sem justa causa;
- Licença-maternidade e paternidade;
- Adicional para atividades insalubres ou perigosas;
- Assistência em creches e pré-escolas;
- Seguro contra acidente de trabalho.
No entanto, é importante notar que os trabalhadores CLT têm descontos no salário relativos ao INSS e ao Imposto de Renda, o que reduz o valor líquido recebido.
Leia também: O que é Tesouro Direto e como ele funciona?
Aspectos legais e a escolha entre CLT e PJ
Quando você pensa em PJ ou CLT, deve levar em conta não apenas os aspectos financeiros, mas também os direitos e garantias oferecidos. Enquanto a CLT oferece uma gama de proteções e benefícios, ser PJ pode resultar em maior flexibilidade e, em alguns casos, vantagens fiscais. É importante se aprofundar nesse ponto antes de decidir.
Ao escolher entre ser contratado como CLT ou atuar como Pessoa Jurídica (PJ), é importante pesar as vantagens e desvantagens de cada modelo para entender qual se alinha melhor às suas necessidades e objetivos profissionais.
PJ ou CLT: vantagens e desvantagens de cada um
Quais são as vantagens e desvantagens da CLT?
Vantagens:
- Direitos trabalhistas assegurados, incluindo seguro-desemprego em caso de demissão;
- Estabilidade e segurança no emprego;
- Jornada de trabalho definida, com pagamento de horas extras;
- Benefícios familiares, como auxílio maternidade e creche.
Desvantagens:
- Descontos no salário devido a impostos e contribuições;
- Horário de trabalho mais rígido, com menor flexibilidade;
- Menor autonomia e forte relação de subordinação;
- Oportunidades de crescimento profissional limitadas à estrutura da empresa.
Quais são as vantagens e desvantagens de PJ?
Vantagens:
- Remuneração geralmente maior, sem os descontos típicos da CLT;
- Horários flexíveis e maior autonomia na execução do trabalho;
- Oportunidade de trabalhar com múltiplos clientes e projetos;
- Tributação mais uniforme, independentemente da faixa salarial.
Desvantagens:
- Menor estabilidade e segurança no emprego;
- Gestão própria do negócio e vida pessoal, com necessidade de contratar benefícios individualmente;
- Menos direitos trabalhistas e jornada de trabalho potencialmente mais extensa;
- Risco de pejotização irregular por parte das empresas.
Pretensão salarial no modelo PJ e CLT: como calcular?
Para CLT, considere impostos descontados, horas de trabalho e benefícios como vale-alimentação/refeição e plano de saúde. Para PJ, some o valor desejado de remuneração aos custos dos benefícios que você teria que cobrir, como INSS e FGTS. Para contratos sem férias e 13º salário, calcule o valor ideal mensal ajustado.
Leia também: O que é a Taxa Selic e como ela afeta sua vida?
Afinal, PJ ou CLT… Qual é o melhor?
Não existe um modelo único que seja ideal para todos. A decisão deve ser baseada em seu plano de carreira e objetivos pessoais:
- Se autonomia e flexibilidade são prioritárias, PJ pode ser a melhor escolha.
- Se você valoriza estabilidade, segurança e benefícios, a CLT pode ser mais apropriada.
Lembre-se que é possível negociar condições de trabalho em ambos os modelos. Uma vaga CLT pode oferecer certa flexibilidade, enquanto algumas posições PJ podem incluir benefícios atrativos. Avalie cada contrato individualmente e considere como ele se encaixa em seu plano de carreira e vida pessoal.
Nossas redes!